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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

QUANTO A FACTOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

por Francisco Andrade

Figo jogou e lesionou-se. Juventus - 1 Inter – 1.
Se Figo tivesse nascido noutro País, que não em Portugal, ainda hoje vestia a camisola da sua Selecção. Por cá os “sabichões” da bola, Treinadores de bancada e críticos da vida dos outros, prepararam –lhe o terreno para que ele abdicasse. Como sempre, Figo respondeu às insinuações que faziam à sua idade, saindo pelo seu próprio pé, deixando-os a falar sozinhos. Infelizmente estas situações em Portugal, e não só no futebol, não são virgens, deixando para quando as pessoas morrem o dizer-se bem do próximo, enquanto em vida são ignorados, quando não injustiçados. Felizmente para o Figo ele está bem e recomenda-se, preferindo que o critiquem por estar vivo em vez de o elogiarem por estar morto.

“Como diz o Filósofo Manuel Sérgio : Ninguém, razoável, duvida: definir o Homem é um risco. Risco em toda a plurivalência da palavra. Na verdade, como fixar com exactidão a subjectividade humana?... E não poderá mesmo, em novo risco de audácia, dizer-se que o homem é um mistério, pois que existe uma parte de si mesmo, que não cabe nas nossas categorias intelectuais e pragmáticas, mas tão real que antes de ser pensada já a experimentamos?

António Gedeão que foi, de uma inesgotável e prodigiosa paternidade lírica, não aceita que o homem possa definir-se:

“Inútil definir este animal aflito.
Nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis,
são gargantas deste grito.
Universo de expansão,
Pincelada de zercão
Desde mais infinito a menos infinito”
Quatro de Novembro, Figo completa 35 anos de idade, mantendo o nível que lhe permite jogar num dos maiores Clubes do Mundo. Respeitado e admirado em todo o Universo, não tem tido em Portugal o destaque e respeito que merecia. É triste quando não sabemos merecer e respeitar aqueles que têm honrado o nome do seu País. 543 jogos oficiais, 19 épocas de competição, não estão ao alcance de qualquer um, muito menos se tivermos em consideração o nível em que a maioria deles foram disputados.
Falemos agora do nosso futebol caseiro. Sinceramente tenho uma certa dificuldade em definir o jogo de hoje; Académica – Estrela da Amadora. O jogo teve momentos de bom nível. A Associação Académica jogou o suficiente para ganhar. As substituições foram normais e correctas. A dinâmica, mormente nos primeiros 30 minutos da 2ª parte foi muito aceitável. Lino foi um finalizador temível. Afinal o que faltou? Para além de um trio de arbitragem compatível com o encontro, faltou concentração competitiva em alguns momentos - chave do jogo. E foi pena, já que três pontos iriam dar uma maior tranquilidade à Equipa, nos três jogos terríveis que se avizinham. Setúbal, Benfica, Guimarães.
Com a vitória a valer três pontos, a separação entre os lugares na classificação é grande, mas paradoxalmente é de recuperação possível. O perigo vem dos Clubes que ocupam os lugares fundeiros, mas que todos reconhecemos terem potencialidades futebolísticas superiores ao lugar que ocupam na classificação e, quando assim acontece, há que ter cuidado…
Neste fim – de - semana, o empate do F.C. do Porto contra uma Equipa que desde o princípio considerámos das mais bem orientadas, deu vida ao campeonato.
O Benfica ganhou como lhe competia e o Sporting fez o mesmo. Louvável continua a ser a carreira do Vitória de Setúbal, que apesar de encontrar um Boavista motivadíssimo impôs –lhe um empate a três bolas. Bela prova a lembrar tempos passados…
Estranha e preocupante para os Leirienses é a carreira da sua Equipa de futebol. O seu jovem Treinador está a viver os problemas do “alcatruz” da nora. Uns dias em cima outros debaixo de água.
O Braga é o espelho de uma “nau” onde os “ratos” minam o funcionamento normal da embarcação. Quem sofre com tudo isto é o Clube. Parabéns ao Leixões.
O campeonato está em brasa…

Francisco Andrade

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